O Prefeito de Palhoça, Ronério Heiderscheidt (PMDB), atualmente Presidente da Federação Catarinense de Municípios (FECAM), está visitando os prefeitos dos municípios do Estado, incentivando a municipalizar/privatizar os sistemas de água e esgoto, citando como modelo a Águas de Palhoça. Esta história de privatizar os serviços públicos essenciais no município tem sido uma bandeira do Prefeito com o apoio da maioria dos vereadores. O que provoca questionamentos é o fato do Prefeito ter recusado a proposta feita pela CASAN no valor de R$ 79 milhões em investimentos no município até o ano de 2012. Mas quando decidiu pela municipalização do sistema alegou que a futura concessionária da água teria que realizar um depósito de R$ 20 milhões na conta da Prefeitura, além de investimentos totais na ordem de R$ 100 milhões. O contraditório é que o Prefeito frequentemente vai a Brasília na tentativa de buscar recursos públicos para investir em saneamento. Onde foi parar todo aquele dinheiro prometido quando o sistema foi municipalizado? Em julho de 2007 o Executivo foi questionado sobre o problema do esgoto na comunidade da Ponte do Imaruim. O secretário de Obras na época, Aroldo Heiderscheidt, disse na época ao Jornal Palhocense (edição n° 88) que a resolução do problema era prioridade e que a obra iria ser iniciada em 90 dias. Onde estão as obras? Na mesma edição do Jornal Palhocense o secretário afirmou que cada bairro teria uma estação de esgoto, que isso estava previsto no contrato com a concessionária dos serviços e se não fosse cumprido seria causa de rescisão. Outra ilusão, pois Palhoça nem projeto para o sistema de esgoto tem, como pode então exigir a construção de estações de tratamento sem projeto? O Prefeito Ronério entrevistado pelo Jornal Notícias do Dia (edição de 29/04/2007) afirmou que a empresa que assumisse o setor no município teria o prazo de cinco anos para a construção de 15 estações de tratamento. Passado dois anos, nenhum metro de esgoto foi feito. A região da Pinheira e Guarda do Embaú também sofrem com a falta de qualidade no abastecimento de água. Nos jornais Impacto (edição n° 37) e Palhocense (edição n° 140) os moradores dessas localidades reclamam do abastecimento. Inclusive relatam que a água chega nas residências com cor amarelada e com mau cheiro. O Prefeito, no entanto, fez a promessa que com a municipalização do sistema a região seria abastecida com água de qualidade. Mais uma ilusão. Agora, perguntamos: é esse o modelo ideal para a solução do saneamento no município de Palhoça? ÁGUA É VIDA, PRIVATIZÁ-LA É CRIME! SINTAEMA-SC (Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente de Santa Catarina). *matéria paga pelo Sintaema-SC no Jornal Palavra Palhocense – edição n° 172