Estudando o ecossistema Vendo os estragos de perto Chegou Euclides da Cunha A dizer firme e tão certo Que o homem por natureza É um fazedor de deserto. No Brasil tiveram início Esses atos predadores Com ações desenvolvidas Pelos colonizadores, Derrubando matas virgens Indiferentes aos clamores. Mas, bem antes um período Houve em que, com seu ardil, Os franceses invasores Num egoísmo febril Derrubaram nossas matas Pra exportar o pau-brasil. Inclusive, esse invasor Despertou toda atenção Dos portugueses que viam Os perigos da invasão, Vindo, assim, a antecipar Sua colonização. Para dar prosseguimento Ao crime que devastava Lá surgia o bandeirante Que o nosso ouro buscava, E em cada rota seguida Abria a mata e queimava. Após, vieram as fazendas De café, gado, algodão, E os fazendeiros voltados Ao lucro da produção Brocavam imensas áreas Para roça e criação Não podemos esquecer Que o nosso índio, também, Descobriu e inventou O fogo sem conter bem, Favorecendo a queimada Em matas que ia além. E assim, de etapa em etapa Deu-se continuação Ao processo destrutivo, Do litoral ao sertão, De grandes áreas de mata Queimadas sem proporção. Lá pelos anos de mil Setecentos e setenta Os estados da Bahia E Pernambuco, sedentas, Desmataram grandes áreas Na forma mais truculenta, Ante esses agravos, senhores Lá do reino despertaram, E ficando estarrecidos Com urgência nomearam Um Juiz Corregedor Dessas matas que restaram. Esses fatos vêm por si Externar toda razão Das irregularidades Climáticas da região, As enchentes alternadas Por secas, com precisão. Toda árvore que concentra Muita água em seu poder, No calor do pré-inverno Vem a evaporecer, Carregando bem as nuvens Para que possa chover. Chovendo nasce a babugem E, assim, evita a erosão, Retendo a água da chuva Há maior infiltração E lençóis subterrâneos Com mais volume e vazão. Mas, com a queima da mata Tudo isso é alterado, Esquenta o fogo o ambiente E faz fumaça um bocado Poluindo a atmosfera Pelo seu gás liberado. Já os combustíveis fósseis, O gás, petróleo e carvão, Todos eles extraídos Lá das entranhas do chão, Há tempo são vistos como Focos de poluição. Também, quando se fabrica Produtos industriais São jogadas toneladas De poluente voraz, Ferindo o meio-ambiente Com seus efeitos fatais. Com isso o efeito estufa Que é como um cobertor, É, brutalmente, atingido Por seus gases de calor Interrompendo a cadeia Positiva, de valor. São os gases do “estufa” O dióxido de carbono, Bem como o óxido nitroso E o pior que é o metano; No limite, essenciais À vida do ser humano. Os gases do efeito estufa Nos limites são vitais Para manter o planeta Nas condições ideais Com amena temperatura E adequação eficaz. No entanto, por excesso Dos níveis essenciais Vão os gases suprimindo Os ambientes normais Atingindo em cheio a vida Do homem, planta, animais. Os excedentes de gases Causam à vida muito mal, Poluem o meio-ambiente E, pra desfecho fatal, Trazem em si os elementos Do aquecimento global. E já ficou comprovado Que a terra está mais quente; Que se o homem continuar Nessa agressão persistente A terra vai se tornar Em matadouro de gente. Nesse ritmo acelerado De tanta degradação Já ficou certificado Que vai haver extinção De muita espécie de planta E de animal em roldão. Proceder, também, se vai Por conta do aquecimento A aparição de inseto Desconhecido, sardento, E a desertificação Que só produz sofrimento. Há cientista que afirme, Concluída a sua empreita, Que o calor pode alterar Em um século de opereta De dois em até seis graus O clima desse planeta. Com o planeta mais quente Vem, pois, a dissolução Das geleiras provocando Enchentes em profusão Deixando oceanos, lagos Com seus níveis em elevação. Da forma como se encontra, Se, assim, continuar, Se prevê para cem anos Que, decerto, se verá Em até trinta centímetros Subir o nível do mar. Muitos milhões de pessoas Serão bastante afetados, Pescadores, marisqueiras Estarão desalojados E de outras atividades Ficarão desempregados. Devido a poluição É também, grave, atingida A camada de ozônio, Imprescindível na vida Do planeta, pois evita Que a terra seja ferida. A camada de ozônio, Muito espessa, é abrangente, É uma brava protetora No combate permanente Aos raios ultra-violetas Que danosos são pra gente. Essa atenta defensora Situa-se na estratosfera, Lá pelos trinta quilômetros Da superfície da terra, Funciona como escudo Contra tais raios de guerra. A função de tal camada De ozônio, então, se dá Quando esta absorve A radiação solar, Retendo raios danosos Sem ao espaço liberar. Se isso não for possível, Se quedar-se à redenção, Raios ultra-violetas No espaço penetrarão, E punirão pelo câncer De pele a população. A coisa, então, se complica Com mais perigos no ar Além do câncer da pele Ela pode provocar Alergia, catarata, Chegando mesmo a cegar. E o sistema imunológico Que ao homem é tão vital Será, também, afetado Lhe causando grande mal Ao perder o corpo em vida Sua defesa natural É tão importante a camada De ozônio à humanidade Que se ela se acabasse Na mesma velocidade Toda vida do planeta Teria um fim, de verdade. No entanto, tudo isso Pode ser modificado Consumindo menos gases, Plantando árvores ao lado, Reduzindo a energia, Tendo o lixo reciclado. O que traz dificuldade Para o planeta salvar É que o país yanque Pôde sua gula mostrar Se impondo ao “Protocolo De Kioto”, sem assinar. O Protocolo Kyoto Previa com atenção Que os seus participantes Reduzissem a emissão De gases na atmosfera, Baixando a poluição. Mas, o presidente Bush Prepotente afirmaria Que os ditos compromissos Assumir não poderia, Pois, teria que mexer Nos lucros da economia. Confiante nas reservas Florestais dos aliados Que conseguem absorver Os gases que são lançados, As potências econômicas Não têm os ditos cuidados. Diferente do agressor Que, insano, manda brasa; Que a luta dos defensores Desestimula e atrasa, Cada um, com honra, deve Fazer o dever de casa. Vamos todos protestar Da exploração da madeira, Do uso do adubo químico, Do avanço da fronteira Agrícola pelos transgênicos Por não ser nossa bandeira. Vamos todos protestar Contra as empresas rurais Que desperdiçam as águas Com irrigações-lamaçais, Que intoxicam os solos, Os seus germens, os vegetais. Vamos todos protestar Contra o contrato egoísta Onde a pobreza e a riqueza São de forma vigarista Construídas sob a ótica Do lucro capitalista. Não é sonho, fantasia, Mera utopia, tolice, Pode o homem realizar O que sonhou e já disse Se cada um se educasse, Se todo povo se unisse. Somente educado, unido, Pode o povo em sua esfera Impor dos seus predadores Com punição mais severa Para que recolham os gases Lançados na atmosfera. Mas, nós temos que ver mais, Conhecer melhor o tema, Ter consciência de que Compreendendo o dilema Partiremos com mais força Pra resolver o problema. Se cada um, pois, fizer Sua parte, com certeza, Espontâneos, destemidos, Com a mais nobre presteza Virão, então, todos povos Amantes da natureza. Por Medeiros Braga www.mst.org.br